As
TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) caraterizam-se por serem
ferramentas cada vez mais necessárias, que auxiliam no contexto de ensino e
aprendizagem, permitindo que os alunos cimentem os conhecimentos de uma forma
construtiva e individual. Para além disto, são uma ferramenta que possibilita a
“aproximação virtual” entre alunos e docentes. Desta forma, o uso de plataformas online (e.g. Moodle), quadros
interativos, projetores de vídeo, televisão, Internet, entre tantos outros
recursos (Fidalgo, 2009) permite
o envolvimento do corpo docente e dos alunos, possibilitando a partilha de
materiais de cariz educativo e a troca de ideias entre os próprios alunos.
Sendo que a eclosão dos novos media
prefigura um cenário explosivo de oportunidades de autoeducação e de educação à
distância (Dias de Figueiredo, 2000) facilitando assim a organização e a
gestão do tempo de cada aluno, tendo em conta a sua disponibilidade.
Posto isto, consideramos ser crucial e
urgente a existência de um marco, representativo de mudança, que possibilite à
comunidade escolar e científica, o uso das TIC de forma responsável, consciente
e necessária para a produção de trabalhos, com o objetivo de serem adquiridas
aprendizagens e conhecimentos que integrem uma área específica e prepare
civicamente todos os alunos para o seu futuro. É importante referir que apesar
do valioso contributo que as TIC representam, principalmente para os alunos,
não devem deixar de ser consultados materiais educativos como: revistas
científicas, livros, jornais, gravações áudio e vídeo. Sendo por isso ainda
mais importante, no caso dos docentes, que o uso destas ferramentas não seja em
demasia, variando também os seus materiais educativos.
Segundo Paz (2008), a atitude dos
alunos e dos professores perante as novas tecnologias é muito diferente, uma
vez que estas já fazem parte do ambiente social, lúdico e formativo dos alunos
e que os professores formados há alguns anos atrás, tiveram de se adaptar a
elas quando surgiram. Assim, os alunos tornam-se co-participantes na produção do saber uma vez que também existe
partilha de conhecimentos entre alunos e professores. É de salientar uma das
mais importantes plataformas utilizadas com fins educativos, a Moodle, que permite o alargamento do espaço e tempo de aprendizagem para além da
tradicional sala de aula. Relativamente ao nível da Educação de Infância e
do Ensino Básico é utilizado o CRIE, no qual são partilhados recursos e ideias dos
vários intervenientes do processo de aprendizagem. Assim, a utilização das TIC começa cedo e começa na escola, em que por
vezes os filhos desempenham o papel de professor para com os pais e os pais e
professores aproximam-se na tarefa conjunta da educação.
De acordo com Dias de Figueiredo (2000),
no século XIX foi criada a escolaridade
de massas, que está totalmente relacionada com a Sociedade Industrial, em
que poucas eram as crianças que tinham acesso à escola, tendo em conta as
possibilidades financeiras e o estatuto social em que os pais das mesmas
estavam englobados. Por outro lado, os princípios
de gestão e organização aplicados à escola assemelham-se também à indústria
fabril, nomeadamente as filas de
carteiras, as campainhas a tocar de hora a hora, a proliferação de disciplinas
artificialmente separadas, a instrução de ouvir e responder, a memorização e
reprodução de textos inertes, a “aquisição” de conhecimentos sem aplicação
visível, o isolamento e competição escolar e os currículos nacionais rígidos,
são indicadores da analogia que é possível fazer entre o atual sistema escolar
e a industrialização. É por isto, que as TIC devem e podem assumir um papel
preponderante para que a mudança aconteça e se elabore e organize um sistema de
ensino em que as crianças possam ser livres de aprender conhecimentos de
diversos temas ao mesmo tempo, se sintam confortáveis para exporem as suas dúvidas
sem terem medo de errar e principalmente adquiram aprendizagens de forma
lúdica.
Por isso, considera-se que as TIC
tornam possível a construção das
aprendizagens pelos seus próprios destinatários, em ambientes culturalmente
ricos em atividade - ambientes que o recurso inteligente aos novos media tornou
possíveis e nos quais se aplicam paradigmas completamente distintos dos do
passado. Caso contrário, corre-se o risco de entrar no século XXI em marcha
atrás, tentando construir a Sociedade da Informação com os mesmíssimos
instrumentos intelectuais com que, há duzentos anos, se construiu a Sociedade
Industrial.
Contudo, há competências que não são
desenvolvidas quando se tem acesso facilitado á Internet, como por exemplo, a capacidade de interpretar, e refletir
sobre, a informação. (Paz,2008). É de notar que a utilização das novas tecnologias não faz bons professores, também a sua
não utilização não faz deles maus professores. As novas tecnologias não são a
pedra filosofal para o sucesso educativo. (Paz, 2008). Assim, podemos
refletir que a educação vai muito mais além do que as novas tecnologias, estas
são somente um recurso de apoio ao estudo e de desenvolvimento dos
conhecimentos que complementam o percurso de aprendizagem.
Por outro lado, um dos fatores
importantes para o uso das TIC é assegurado pela literacia que os alunos
possuem. De acordo com Botelho (2005) esta diz respeito à capacidade de
utilização da língua portuguesa. Como conceito e produto da civilização da
imprensa e da escrita não contempla os códigos e as linguagens dos outros media nem as linguagens emergentes dos multimedia. As transformações profundas
decorrentes do desenvolvimento das tecnologias de comunicação criaram um
ambiente cultural totalmente diferente, reconfiguraram o papel da linguagem
verbal, mormente da palavra escrita, passando a ser apreciada, a par de outras
formas de expressão simbólica, onde se incluem imagens, sons, música e forma eletrónicas
de comunicação. Por isso, o conceito de “multiliteracias” incorpora aspetos da
multiplicidade textual, como a crescente importância da diversidade linguística
e cultural.
Em suma, consideramos que é urgente que
todos os estudantes adquiram este conceito, que assegura as aprendizagens e
competências, não só para trabalhar com as TIC, como para se sentirem
habilitados a participar na vida social, sendo que esta é a principal missão da
Educação.
Referências Bibliográficas
Botelho, F. (2005). Globalização
e cidadania: reflexões soltas. Setúbal.
Botelho, F. (2005). Textos e
literacias ... Setúbal.
Fidalgo, P. (2009). O Ensino e as
Tecnologias da Informação e Comunicação .
Figueiredo, A. D. (2000). Novos
média e nova aprendizagem .
Paz, J. (2008). Educação e Novas
Tecnologias. Setúbal.
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